A vulvovaginite é uma infeção que pode aparecer a qualquer mulher, em qualquer fase da sua vida. No entanto, surge mais frequentemente em mulheres com uma vida sexual ativa, pois a atividade sexual facilita o contacto com bactérias.
A vulvovaginite consiste na inflamação simultânea da vulva e da vagina. A causa da inflamação pode ser muito diversa e a vulvovaginite pode surgir devido a uma infeção causada por um vírus, um fungo ou uma bactéria. Em outras ocasiões, a infeção pode ser causada devido a alterações hormonais e, em alguns casos, pode aparecer devido a uma reação alérgica a substâncias químicas em produtos de higiene íntima.
O que é a vulvovaginite?
Uma vulvovaginite caracteriza-se por um desequilíbrio da flora vaginal, causado por uma infeção ou inflamação, ou, em alguns casos, uma combinação das duas. A causa desta inflamação ou infeção pode estar ligada ao desenvolvimento de micro-organismos como fungos ou bactérias, a uma irritação provocada pelo contacto com substâncias irritantes para a flora vaginal ou a um desequilíbrio hormonal. Os desequilíbrios hormonais podem ser consequência da entrada na menopausa, da toma de medicação ou da amamentação.
Tabela de conteúdos
Desequilíbrio da flora vaginal
Alguns dos motivos mais comuns para o surgimento de um desequilíbrio da flora vaginal é a presença de candidíase. A candidíase é muito comum e a maioria das mulheres desenvolve esta doença pelo menos uma vez ao longo da sua vida. Para 5 a 10% da população feminina esta é uma doença recorrente. Neste caso, o prurido vulvar (comichão na zona vaginal) é o principal sintoma, sendo muitas vezes acompanhado por dor e ardor na região vaginal.
Outro dos motivos para o desequilíbrio da flora vaginal é a vaginose citolítica. É muitas vezes confundida com candidíase, pois apresenta os mesmos sintomas como ardor e prurido e também corrimento branco e abundante. Neste caso, a inflamação ocorre devido a um excesso de lactobacilos e não devido à presença em excesso do fungo Candida, como ocorre na candidíase.
Sintomas de vulvovaginite
Quando surgem sintomas indicativos de vulvovaginite é importante consultar um ginecologista para um diagnóstico correto e iniciar o tratamento mais adequado. Os sintomas mais comuns são a irritação e vermelhidão na zona vaginal, sensação de ardor ao urinar e corrimento com um odor forte. Os sintomas podem ser muito desconfortáveis e incluir outros sinais como comichão constante e ligeiras perdas de sangue.
A vulvovaginite está também associada à presença de corrimento, que se pode apresentar com diferentes colorações, irritação vaginal, dor nos lábios internos e dor ou desconforto durante as relações sexuais. No entanto, é importante notar que, por vezes, a infeção é assintomática.
A avaliação dos sintomas por um médico especialista pode ser suficiente para diagnosticar a vulvovaginite, no entanto, o ginecologista também pode solicitar a realização de análises à secreção vaginal para identificar a causa da vulvovaginite e qual o agente infecioso que a provocou. Nos casos em que a infeção foi provocada pelo desenvolvimento exacerbado de um fungo e o tratamento aplicado não surtir os efeitos desejados, é importante realizar mais análises para identificar a espécie de fungo, através de uma cultura. Isto tende a acontecer em casos de infeções recorrentes, nas quais os tratamentos não se demonstram eficazes.
Causas da vulvovaginite
Existem várias circunstâncias que levam ao aparecimento de vulvovaginite. As causas mais comuns são o desenvolvimento excessivo de fungos como a candidíase e a infeção causada pela presença de vírus ou bactérias. A infeção por parasitas, como o Trichomonas vaginalis, também é uma causa frequente para o aparecimento de vulvovaginite. Por último, as alterações hormonais, uma higiene íntima incorreta ou o uso de roupa interior muito apertada podem causar o desequilíbrio da flora vaginal e favorecer a inflamação.
Em alguns casos, a mulher também pode sofrer de hipersensibilidade a algumas substâncias químicas presentes em produtos de higiene íntima, bem como em alguns cremes e detergentes, como parabenos ou sulfato de sódio. Nestes casos, a mulher tende a notar o aparecimento de sintomas pouco tempo após começar a utilizar um novo produto e, geralmente, os sintomas melhoram quando a região íntima é lavada com água morna e um sabonete íntimo adequado.
Tratamento da vulvovaginite
A vulvovaginite deve sempre ser tratada de acordo com as indicações e orientação de um ginecologista. O tipo de tratamento recomendado depende da causa da infeção. Por exemplo, se a vulvovaginite for causada por uma bactéria (vaginose bacteriana) o tratamento consiste na toma de antibióticos e utilização de antissépticos, no entanto, se a causa estiver relacionada com o crescimento excessivo de um fungo, o tratamento passa pela utilização de um antifúngico, que pode ser oral ou tópico. No caso de tratamento tópico, a aplicação não se restringe à região da vulva, sendo que também deve ser feita no interior da vagina. Nos casos em que a infeção é assintomática, consoante a indicação do médico ginecologista, pode não ser requerido qualquer tratamento.
No caso da tricomoníase, ou seja, se a vulvovaginite for provocada pelo parasita Trichomonas vaginalis, o tratamento consiste na toma de um antibiótico oral. A tricomoníase é sexualmente transmissível e pode facilitar infeção por HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e por HPV (Vírus do Papiloma Humano). Como tal, este tipo de vulvovaginite deve ser sempre tratado de imediato, e por via oral, mesmo que não existam quaisquer sintomas, pois o parasita pode instalar-se em outras partes do corpo, como a uretra. Para além da mulher, também os seus parceiros sexuais devem ser submetidos a tratamento.
Para acelerar a recuperação, também existem uma série de boas práticas aconselhadas para aliviar os sintomas. A adoção de alguns hábitos diários pode ajudar a acelerar os resultados do tratamento médico, como, por exemplo utilizar roupa interior de algodão e usar preferencialmente saias e vestidos. Este tipo de tecido e roupas permitem uma melhor ventilação da área genital, o que permite diminuir o risco de agravamento da infeção. Outro hábito que deve ser adotado é a higiene íntima com produtos indicados para a eliminação de micro-organismos irritantes.
A vulvovaginite é uma infeção normal e comum, que não deve ser encarada com preocupação. No entanto, sempre que existam quaisquer sintomas ou sinais, é importante consultar um ginecologista para realizar o diagnóstico, identificar o tipo de vulvovaginite e iniciar o tratamento.